2010年1月6日 星期三

Fai Chi Kei ainda valorizado pela memória dos habitantes, mas necessita do conhecimento do público chinês

«Há as opiniões que indicam que foi reconhecido no passado o valor de preservação do Bairro Social do Fai Chi Kei, não se percebe qual é a razão da reconstrução (demolição) por parte das autoridades?» A resposta foi feita já no ano passado por Chiang Coc Meng, então presidente do Instituto de Habitação do governo da RAEM. Até ao domingo passado (3 de Janeiro) quando se publicou um comunicado sobre o assunto, tinha sido a única referência do reconhecimento dos edifícios entre os jornais de língua chinesa.

O conhecimento da questão não tinha chegado ao público chinês, cuja grande maioria não domina português. San Cheang, fotógrafo amador que desconhecia na altura os valores e as distinções dos edifícios, pecando a máquina fotográfica, tinha registado no ano passado as cenas da vida entre os prédios, «por onde passo todos os dias, não pensava que se tornasse brevemente numa História». «Acredito que no futuro, depois de ter desaparecido, estas fotografias trarão a muitas pessoas memórias diferentes», comentou as obras fotográficas lamentando Lam Soi Meng, também fotógrafo amador.

A memória do bairro social é assim considerada «muito colectiva», uma vez que a zona é um dos bairros mais povoados do território. Alguns jovens residentes do Fai Chi Kei mas não dos edifícios também se recordam que «brincavam no seu jardim onde deixaram a memória da infância».

No passado dia 30 de Dezembro, a Associação dos Embaixadores do Património de Macau escreveu um comunicado, publicado pelos dois jornais principais chineses Ou Mun e Va Kio a 3 de Janeiro. A presidente da direcção da associação, Chao Wai Chu destacou «o grande valor deste(s) edifício(s) para Macau», esperando que «o governo da RAEM proteja o património de Macau que possui os valores arquitectónicos ou históricos, na simultaneidade de impulsionar o desenvolvimento da sociedade».

O bairro era na História antiga ainda uma barra chamada pelos habitantes «Chek Chao» (Barra Encarnada). E Fai Chi Kei, topónimo etimologicamente oriundo das fundações dos «dois pauzinhos» - duas linhas de casas de dois andares as quais os pareciam. Durante a invasão japonesa, na zona viveram os chineses e ainda os refugiados portugueses e judeus vindos de Xangai. A memória da última geração já se limpou, ainda limparemos a que testemunhou quase três décadas do desenvolvimento de Macau?

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