2010年11月28日 星期日

國際研究所九新書首發

全球土生葡人代表出席
國際研究所九新書首發

第四屆全球澳門土生葡人社群聚會澳門國際研究所歡迎會昨日於崗頂劇院舉行。研究所主席黎祖智主持了十部葡英出版物的首發儀式,並頒發了去年及本年度的研究所「特徵獎」予仁慈堂和美國澳門人聯會。

文化局副局長陳澤成、葡國駐港澳總領事柯瑪諾、前澳門總督韋奇立伉儷以及來自葡國、巴西、美國、加拿大和澳洲的土生葡人代表均出席了活動。黎祖智的《論澳論己──澳門、土生葡人的事、人、機構、移民、歷史與將來》第五、六集,前美國加州西洋會所會長António Jorge da Silva的《香港葡僑社群歷史圖集》,前美國澳門人聯會會長施雲德的《吾土舊憶》,以及葡國學者António Aresta的《白妲麗老師》均已正式發行。另外已故葡裔作家José Joaquim Monteiro的《濠江五十載》、飛歷奇的《電影與澳門》、漢學家高美士的遺作《澳門史稿》和《荷夷之敗》等四部著作亦已付梓,Monteiro長子蒙地路、飛歷奇長子飛文基和高美士友人黎祖智會上分別介紹了四部著作及其作者。

活動上的另一焦點是逾半世紀後再度來澳的二戰難民Cecilia Maria Yvanovich。已故俄籍畫家喬治.史密羅夫曾於六十多年前曾向其繪贈肖像畫一幅。Cecilia Yvanovich於活動上向澳門藝術博物館捐贈了該畫作,館長陳浩星代表該館接受並致送了捐贈證書。

該活動為本屆全球澳門土生葡人社群聚會開幕前的兩場活動之一,活動結束前主辦單位國際研究所頒發了零九和一零年度的「特徵獎」予對澳門及外地澳門社群作出傑出貢獻的仁慈堂和美國澳門人聯會。另外,該研究所通訊刊物《東.西》中英雙語版亦已正式發行,今期的封面主題為澳門土生語,當中收入了已故澳門土生語詩人飛若翰的遺作兩篇。

2010年11月24日 星期三

黎祖智兩新作週日首發


澳門國際研究所主席黎祖智兩部新作《論己論澳──澳門、土生葡人的事、人、機構、移民、歷史與將來》第五、六集的首發式將於本週日早上十一時假崗頂劇院舉行。

《論己論澳》為黎祖智在本地葡文報章《澳門論壇日報》的專欄文集,由研究所出版,並獲澳門特區政府支持和葡國歐維治基金會贊助。該文集的最新兩冊收錄了黎祖智在澳門特區成立十週年間逾百篇文章,「獻給這十年來捍衛回憶尊嚴、維護歷史遺產價值的人」。

該儀式為二零一零年全球澳門土生葡人社群聚會第二天的首場活動,屆時國際研究所將頒發去年和本年度的「特徵獎」予對澳門作出傑出貢獻機構或人士。另外,該研究所通訊刊物《東.西》中英雙語版最新一期亦將於儀式上正式發行,今期的封面主題為澳門土生語,據悉該研究所將收入已故澳門土生語詩人飛若翰的遺作兩篇。

2010年11月3日 星期三

Quero uma cinemateca macaense. Uma cinemateca autêntica para todos.



A semi-lendária “Cenas do Rio em Macau” (1898), considerada a primeira filmagem do território, foi uma vez revelada textualmente numa brochura do Instituto Cultural sete anos atrás. A gravação original está coleccionada na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos e há uma cópia na Cinemateca de Hong Kong. Estas paisagens “vivas” que José Vicente Jorge e Camilo Pessanha viram hoje fazem apenas parte do “património intangível” – o vídeo não se encontra disponível no arquivo histórico nem nas bibliotecas públicas.

Há seis anos quando comecei a participar na Associação de História da minha escola secundária, foi-me oferecida uma acta por um estudioso da Associação para Protecção do Património Histórico e Cultural. Na acta alguns académicos chineses já se mostravam atentos à “construção” de uma imagem histórico-cultural de Macau através do cinema. Houve, a partir daí, várias ocasiões em que tive oportunidade de contactar este tema “Macau e o cinema”. Os historiadores e estudiosos locais que eu lia há uns anos tinham uma consciência de que a memória, ou as informações recolhidas de forma da história oral, era um dos materiais essenciais mas considerados desinteressados na altura. Porém, entre os materiais de investigação destacados por estes autores não está incluída (ou não está directa e evidentemente incluída) a imagem em movimento.

Foi no primeiro ano da minha vida académica que, embora quase não percebesse nada da língua portuguesa, visionei vários documentários produzidos pelo canal português da Teledifusão de Macau (TDM), nas bibliotecas do Museu de Artes (MAM) e da Universidade de Macau. Estas imagens dos anos 80 e 90 com que tive contactos visuais são simplesmente singelas e saudosas. O mais importante: como poucos dos documentários ou filmes relacionados a Macau, foram publicadas e adquiríveis – pelo menos até terem sido esgotadas no MAM há poucos meses ou uma irmã da Livraria S. Paulo dizer-me: “agora ninguém compra cassete de vídeo”. Também não posso deixar de mencionar os cinco volumes da “História Oral” (2005-2009) em chinês, publicados pelo Espaço Vídeo e Associação dos Estudantes do Instituto Aberto da Universidade da Ásia Oriental, posteriormente com a colaboração da Associação de História de Macau. Junto a cada volume da série, é oferecido aos leitores um exemplar de entrevistas em DVD. O caso é, entre as edições homólogas e até agora, o único.

“Macao, l’Enfer du Jeu” (1939) de Jean Delannoy, “Macao” (1952) de Josef von Stemberg e “The Dragon of Macao” (1965) de Ezaki Saneo são alguns exemplos famosos para se conhecer como é que o mundo entendia esta pequena terra. Ao longo das décadas, já foram realizados inúmeros projectos, produções e filmagens, directa ou indirectamente relacionados a Macau. Como é que as protegemos, as coleccionamos e as utilizamos, na minha opinião, poderá ser uma das questões mais importantes para o desenvolvimento das indústrias criativas e culturais e a sua continuidade.

Os artigos sobre a imagem em movimento que temos oportunidades de ler, tal como todos os outros aspectos da cidade, muitas vezes podem reflectir a convivência de diferentes culturas em Macau. Quem escreve sobre as obras de Miguel Spiguel, provavelmente não sabe os filmes chineses como “Rouge” (1987) de Stanley Kwan; e quem fala da telenovela “Return of the Cuckoo” (2000) produzida pela TVB de Hong Kong, é possível que nunca veja nenhum documentário produzido pelo canal português da TDM. Acredito que o estabelecimento de uma boa cinemateca poderá contribuir para o melhor conhecimento mútuo entre as comunidades. Ora, é urgentíssimo que se funde uma cinemateca, se reorganize e se preserve sistematicamente esta riqueza tão preciosa e se devolva verdadeiramente este “património intangível” à população de Macau.

Surgiu uma vez a “Cinemateca de Macau”, embora meramente uma webpage “em construção” da associação “Cut”, que hoje tem uma designação mais prática - “Base de Dados de Vídeo da Cut” (http://www.cutmacau.org/). Seja como for, foi uma ideia muito bonita que poderia e deveria ser realizada por e para todos. Desejo sinceramente que seja criada no próximo futuro uma Cinemateca Macaense, pelo amor a Macau.

“Love is a many-splendored thing…”

2010年10月30日 星期六

澳門傳媒對筷子基平民大廈重建的反應

二零一零年八月四日,一直關注澳門公屋建築筷子基平民大廈的葡文《澳門論壇日報》記者彭愛嘉(Raquel Carvalho)在該報當日頭版報導上「盜用」了諾貝爾文學獎得主馬爾克斯(台譯馬奎斯)一部小說的標題《預知死亡紀事》(註一)。這是葡國建築師協會會長訪澳兩個多月後本地傳媒首次重提筷子基平民大廈的重建問題。同日除了一些華文媒體報導的老翁拒遷事件外,幾乎空置的大廈內只剩下零星燈火,沒有新聞,然而《論壇日報》卻以頭版、內頁兩版大幅描述即將清拆重建的平民大廈。葡文傳媒所說的拆建「爭議」,並沒有引起更多捍衛公屋回憶的行動。

報章指的舊筷子基平民大廈,原名為筷子基平民坊(註二),坐落於古稱赤洲的「筷子基半島」,一九八一年建成,八四年入伙,由葡裔建築師韋先禮(Manuel Vicente)和Paul Sanmarful於七九年設計。這平民坊取代了一九三二年落成的公屋「五二八坊」,並已於二零一零年拆掉重建,今天仍然保留下來的就只有「一雙筷子」和葡國軍政府「革命紀念」的痕跡──筷子基的南、中、北三街(葡文分別以葡國前內閣總理飛喇士、前總統高士德(註三)和前屬務總長俾若翰的名字命名)。一九九五年,新的筷子基平房坊獲亞洲建築師協會金獎。該平房坊是一個小型社區,過去有衛生中心、托兒所、餐室、商舖等設施,還有大廈範圍內充裕的公共空間和一座土地廟。

自去年季秋筷子基平民大廈「可能」需重建的消息傳出後,澳門各種語種傳媒反應不一。當局公開計劃後,翌日華文媒體即發放了消息,可是較晚後才報導大廈的價值,相對低調。葡文傳媒則相反,多次以筷子基為頭版新聞。《論壇日報》是最早關注平民大廈價值的本地報章,去年十一月十九日已經率先以頭條報導事件,馬若龍、雅迪、馬斯華、樊飛豪等建築師接受訪問時表示支持保留活化平房大廈;澳門建築師協會則在受訪後成了本地首個支持保留原作的社團。

一些中、葡建築師曾表達對該區人口密度的擔憂,不過公共房屋的嚴重不足所引起的社會矛盾、所牽涉的利益關係,比筷子基平民大廈本身的價值更容易成為華文傳媒的焦點。在這樣 的背景下,澳門居民更關注的也自然是公共房屋的供求。另一方面,葡文媒體的讀者、觀眾相對少得多,報導手段相對大膽。加上葡文報章篇幅一般較少,報導文物、建築的比例相對重得多,筷子基社屋就成了四份葡報的採訪焦點(澳廣視葡文台新聞也談及過重建的「爭議」,《論壇日報》和《句號報》更曾以頭版報導)。去年係澳門特別行政區成立十週年,國內外傳媒再次聚焦此地,當中葡新社發出的相關消息令一些葡國報章也注意到此事。另外,國外的兩份華文報章──巴西《美洲華報》和葡國《葡華報》亦有相關報導。

至於本地華文媒體,澳門建築師協會理事長去年十一月接受《論壇日報》專訪的內容譯成了中文,在該會冬季會刊上刊登。今年年初,澳門文物大使協會表態支持活化,並透過《澳門日報》和《華僑報》等報章發佈了新聞稿,華文讀者首次可透過這兩份主流報章得知筷子基平民大廈的價值。後來,文物大使協會就立法保護本地文物公開表態和該會會長接受《句號報》專訪時,再次提及到筷子基「事件」。二月,澳門文物保存修復學會會長在《華僑報》上發表文章,質問「難道筷子基就沒有值得保留的建築?」四月,筷子基成了香港華英雙語的建築設計月刊《透視》封面主題,篇幅比同一期的澳門科學館專題還要多。英文《澳門每日時報》和月刊《澳門商訊》英文版也有相關評論。可是,如果單從文章數目來看,葡文傳媒所佔的比例遠遠超出華文媒體,但大部份澳門居民不懂葡語,無法讀到建築師的意見。

二十世紀中以前澳門公屋歷史見證,就只剩下的巴波沙坊「大庇寒畯(峻)」牌坊仿製品,「殖民時代」建成的路環社會房屋和舊氹仔平民屋村已不復見。繼筷子基平民大廈後,六十年代的羅必信夫人大廈和七十年代的嘉翠麗大廈將隨之重建。重建可換來更多的單位和更好的居住環境,這一點大家都是贊同的,也是必須的。可是從這次重建看來,澳門居民對本地公屋歷史似乎還未有太多的關注。澳門的公屋歷史比鄰近地區的還要長,公屋居民甚少,也沒有像香港對公屋過去的感情和歸屬。

從「筷子基平民大廈清拆事件」可窺看到一些澳門傳媒的生態景象,它們與澳門社會本身有著千絲萬縷的關係之餘,又對社會產生不同程度的影響。在澳門近期的幾宗「文物保育風波」裡,傳媒本身均有直接參與。澳門傳媒不同的報導手段和內容,以及其立場亦係其精彩所在。另一方面,「筷子基事件」揭示了建築文物和公屋回憶在澳門的一些問題。在世界遺產的效應下,現在的澳門的確會比廿、卅年前有更多的文物保護意識。然而,近年的急速發展令不少在官方名單以外具歷史價值的古老房屋和具時代意義的當代建築不斷消失,而澳門各語種傳媒在這時往往有令人感到意外的反應。

註一、西班牙文原題為《Crónica de Una Muerte Anunciada》。內地和台灣分別有《一樁事先張揚的兇殺案》和《預知死亡紀事》兩種譯本。

註二、「平民坊」一詞為葡文「Bairro Social」的漢譯,意為社會屋村,比上世紀末出現的新譯「平民大廈」更貼近原意。
 

註三、與前澳督高士德的名字漢譯相同。

2010年10月22日 星期五

À procura de uma trança feiticeira

Finalmente acabei de fazer esta tradução livre de um artigo do Dr. Chan Chi Fong, docente de part time da Faculdade de Ciências da Educação da Universidade de Macau. O Dr. Chan visitou o Doutor em 2005. O artigo foi publicado no seu blogue em 2008. Um pouco exagerado e grande este artigo. De qualquer forma, interessante.

À procura de uma trança feiticeira

Chan Chi Fong

Se quiseres procurar as pegadas perfumadas de A-Leng, e se quiseres relembrar e admirar o feitiço de um profundo sentimento da sua grande trança tão preta como breu, tão brilhante e tão lisa, terás que passar pela Estrada da Vitória, andar na Rua Nova da Guia e tomar um atalho nesta calçada, vira à direita e chegarás às ruas do mercado do tão transitado “Cheok Chai Un” (Horta da Mitra). Porém, para voltares aos anos 30, àquela época em que existiam paralelamente a “Cidade Cristã” e o “Bazar Chinês”, terás que ter os profundos olhos como os tem Henrique Rodrigues de Senna Fernandes, conhecido como “escritor português filho da terra” e “escritor da memória”, terás que espreitar de um ponto de vista da história e terás que atravessar o passado, com uma forte admiração, uma encantadora verve e uma intolerável saudade. Talvez, com uma sorte extraordinária, a trança, preta, lisa e lindíssima, possa dar-te uma surpresa. 

……然後“像一條美麗的蛇/引誘我越過牢固的邊界/她纏繞著我的身體/我們無法分離”1,從此緊緊的被那條大辮子綑綁著,深深因為阿玲而傾倒。

Tendo lido a versão chinesa d’A Trança Feiticeira de Henrique de Senna Fernandes, fiquei encantado pelos cantos das ruas antigas descritas nas suas obras, e ainda por cima, fiquei profundamente fascinado por aquela “aguadeira” A-Leng que cresceu no “Cheok Chai Un” da comunidade chinesa no romance. 

Nas esquinas antigas de Macau das obras de Henrique de Senna Fernandes enche-se um sentimento muito sossego mas simultaneamente animado. Os tranquilos bairros onde residiam os portugueses e os filhos da terra, as velhas figueiras que alinhavam os dois lados de cada rua e a calçada à portuguesa. Elegantes e românticos, transbordantes de um encanto encantador da Europa do Sul e de Portugal litoral. As ruas e os bairros, que estendiam a partir das igrejas católicas como núcleos, eram chamadas freguesias. Uma freguesia a outra. Era portanto designada elegantemente a “Cidade Cristã”. Ao pé desta, eram outras cenas. Era muito movimentado onde os chineses viviam. A Rua dos Mercadores, o Largo do Pagode do Bazar, o Cheok Chai Un… Não havia nenhum lugar onde não estivesse cheio das pessoas e das suas vozes. Embora dura a vivência, feliz de quem se contentava com o que tinha. Vendilhões e lojas. Vivo e energético. O nome do “Bazar Chinês” era assim conhecido sem ser promovido.

Entre a “Cidade Cristã” e o “Bazar Chinês”, conviviam os chineses e os estrangeiros. Porém, as classes e as distinções entre os residentes chineses e portugueses faziam com que as relações fisicamente íntimas se limitassem apenas a se suportar a vida. Além disto, nunca se encontravam. Até excluíam os outros, oponham-se uns aos outros, odiavam os outros e eram hostis aos outros. Folheando a história moderna de Macau, quantas pessoas choraram e sangraram por causa das extremas diferenças culturais entre as nações, o que nos surpreenderá? Como é que se poderiam reconciliar o mútuo rancor acumulado pelo sangue e o ódio entre as nações? Provavelmente a literatura de Henrique de Senna Fernandes deu-nos uma resposta satisfatória.

Henrique de Senna Fernandes contou de uma forma atraente uma história de fadas. “喜結良緣,兒孫滿堂,白頭到老”2. Uma história de amor muitíssimo comovente sobre um jovem filho da terra Adozindo e uma pobre menina chinesa A-Leng. Os dois jovens, em cujos corpos corriam os sangues de etnias diferentes, possuíam distintos contextos religiosos e conceitos culturais, falavam diferentes línguas, experimentavam os processos de crescimento completamente diferentes, tinham uma distância grandíssima de classes… O amor deles era tão tocante que lhes doía tanto. Um fim satisfatório tem feito os leitores satisfeitos. O amor amargo de tantos sofrimentos, a solidão do abandono de famílias, a exclusão dos estreitos conceitos, a angústia da vivência dura... A história de amor de Adozindo e A-Leng – história de amor de um filho da terra e uma chinesa pobre, teria que atravessar o alto muro edificado pelas culturas muito diferentes. De facto, que força vencerá as dificuldades, resolverá o preconceito e a discriminação e, resultará de um amor imortal?

De qualquer maneira também desejava visitar o Senhor Henrique de Senna Fernandes. Não conseguia imaginar que afinal a deusa aos olhos de escritor filho da terra seria uma “aguadeira” pobre, de origem chinesa, lindíssima, e que tinha um grande trança brilhante e lisa. Inesperadamente, A-Leng possuía uma força mágica que reconciliaria os conflitos entre as culturas tão diferentes.

A visita a Henrique de Senna Fernandes dependeu inteiramente da recomendação da Sr.ª Directora Lau Sin Peng3. Lembro-me que foi o sétimo dia do primeiro mês no calendário lunar, um dia de chuva. Coincidiu com a chegada de um corrente frio, desceu de repente a temperatura. Foi um dia especial, a Dr.ª Lau acompanhou comigo e com a minha aluna Kin Ieng. Chegámos ao escritório de Henrique de Senna Fernandes, visitámos este escritor filho da terra aos 82 anos de idade.

Chegámos um pouco mais cedo do que a hora marcada. Tendo mostrando a nossa intenção, a senhora secretária convidou-nos a sentar. Dentro em breve, vimos que veio lentamente um corpulento senhor de idade. Levantámo-nos educadamente e saudámo-lo cordialmente. Sorriu-se e acenou com a mão. Pediu-nos em inglês que nos sentássemos mais um pouco.

Passados cinco minutos, a senhora secretária informou que podíamos entrar. Estava a sentar-se Henrique de Senna Fernandes, sério e solene. Sentámo-nos, atraídos pelo seu forte perfume da eau de Cologne. Cabelo crespo e prateado, cheio, limpo e ordenado. Tem uma visão penetrante. O leve azul europeu dos seus olhos é profunda e nitidamente transparente. O perfil profundo, as feições claras, são obviamente características comuns dos latinos. Uma cara cheia de rugas entrelaçadas declarou uma rica experiência da vida. Henrique de Senna Fernandes cumprimentou-nos cordialmente, mostrando esperar que a entrevista terminasse dentro de uma hora. Claro que não tivemos nenhuma objecção. A sua voz é um pouco rouca, confundindo obscuramente um som meio-metal. A entoação é muito profissional. Calma e nada sentimental.

Agarrando o tempo, fui primeiro que coloquei questão. Directamente perguntei, em relação a esta obra A Trança Feiticeira, sendo um escritor filho da terra, porque é que fez esta surpreendente escolha de uma “aguadeira” pobre, vindo do “Cheok Chai Un” na baixa do “Bazar Chinês”, como uma protagonista que seria capaz de alterar o fim? Afinal, como é que este grande escritor apreciou esta jovem senhora descalça e que possuía um corpo esbelto e bem feito e uma grande trança tão preto como breu?

Talvez tivesse eu perguntado do centro do romance! Reparei uma pequena mudança da cara de Henrique de Senna Fernandes, que tinha sido toda séria. Foram perguntas e respostas muito profissionais e práticas, até a esta minha pergunta. Na cara dele expressou-se um pouco ansioso. Alterou uma outra posição sentada mais confortável, inclinou-se e encostou-se à encosta em couro genuíno da luxuosa cadeira de gabinete. Fechou os olhos. Parecia que estava a recordar ou apreciar qualquer memória. Respirou fundo. Lentamente disse: “Enfim, jovem, consegues compreender a ternura da mulher chinesa?” Não esperando pela minha resposta, continuou: “Sabes, só se uma mulher chinesa se apaixonar por ti, consegues então compreender profundamente aquela ternura. Em especial quando estiveres doente, quando estiveres fraco.” Disso-o, levantou-se e levou da estante atrás da cadeira um álbum de fotografias, que é O Olhar de Henrique de Senna Fernandes - Fragmentos, publicado no ano passado. Folheou, procurou e encontrou uma página em que se reúnem algumas velhas fotografias do casamento e família de Henrique de Senna Fernandes. Apontou levemente aquela senhora elegante, vestida de branca e ocidental e disse: “Casei-me com uma senhora chinesa, que me deu uma ternura tão sentimental.” Pausou, suspirou e fechou os olhos fortemente. Mostrando-se triste na sua cara, enrouqueceu a sua voz e disse: “Mas... já foi...”

Não se estranha que o amor que os dois romances contam seja profundo e tocante. Afinal este velho homem de 82 anos que está em frente de mim é uma pessoa sentimental que tem uma saudade tão profunda da sua falecida esposa, tão sincera, tão comovente.

“Sim, jovem, não mencionaste A-Leng?” Disse eu sim com a cabeça e perguntei: “É a imagem da sua esposa?” Henrique de Senna Fernandes por sua vez disse não com a cabeça, respondeu levemente: “Não. A-Leng. Como é que digo? Ela era mais ou menos uma imagem profunda daquele tempo quando eu era jovem.” Disse-o, mudou novamente a posição sentada e continuou: “Quando era ainda aluno do liceu, morava perto da Estrada da Vitória. Passava sempre pelas ruas do ‘Cheok Chai Un’, era mais rápido. Naquele tempo via sempre as raparigas chinesas que trançavam. Para mim eram lindíssimas. Uma delas era alto, elegante, linda e descalça. Aquela grande trança, fazia-me querer tocar... Esta imagem dela foi ficando uma imagem fascinante, uma imagem de uma mulher intocável. Lembro-me que gastei muito tempo no trabalho de casting, quando A Trança Feiticeira veio a ser um filme. Entrevistámos muitas lindas mulheres de géneros diferentes, mas não tinham aquele temporamento que A-Leng tinha.”

“Que temportamento?” perguntei. Henrique de Senna Fernandes respondeu: “A-Leng é uma rapariga inteligente, corajosa e alto-confiante. É uma mulher decidida que pode fazer tudo para defender o amor e a felicidade. Uma mulher que luta com a pinga pelo seu amante, se alguém o ofender.”

“Realmente, o amor de uma ‘aguadeira’ e um filho da terra seria tão amargo?” perguntei. Henrique de Senna Fernandes respondeu assim: “Naquele tempo raramente os rapazes filhos da terra de famílias ricas casavam-se com as raparigas chinesas. As diferenças entre as religiões e fé, contextos culturais, classes sociais... De qualquer forma, eram terríveis. Sofreram tantos impedimentos.” Pausou e disse: “Mas, se amares sinceramente uma pessoa, não te importas com a sua origem nem passado. Se amares sinceramente uma pessoa, nenhuma diferença vês entre vocês. Quando amares completamente uma pessoa, amas a todo o custo. Este é o amor real, que eu compreendo, portanto o que descrevo no romance é o amor real.”

“Então, seria o amor real que resolveu os conflitos entre a China e Portugal?” Fiquei extremamente surpreendido. Henrique de Senna Fernandes bateu na sua coxa, fazendo um som claro, e continuou: “Então não é? Além do amor, que força maior do que essa no mundo poderá reconciliar os conflitos?” “Permita-me colocar mais questões!” Solicitei. Henrique de Senna Fernandes acenou a mão, um gesto de “à vontade”. “No filme A Trança Feiticeira finalmente escolheu-se a actriz da China Continental Ning Jing a interpretar o papel de A-Leng. Será a imagem de A-Leng?” Henrique de Senna Fernandes riu-se satisfeito, “A-Leng é esta imagem. À primeira vista de Ning Jing, disse eu: ‘Ó meu deus! A-Leng não era assim que tinha este temporamento?’...”

Naquela tarde de chuva, saí muito contente do gabinete de Henrique de Senna Fernandes. Depois passei sozinho pelo “Cheok Chai Un”, tentando procurar as ruas em que A-Leng andava. Porventura estás a procurar as pegadas dela. Ou talvez, numa tarde após chuva e névoa, as encontres, quebrando o limite do tempo, passando pelas esquinas do passado de Macau. Neste momento ela, virando a cabeça, brincando com aquela trança preta e lisa, sorrindo-se leve e timidamente, talvez assim tenha prendido fortemente o teu coração.


1. Poemas de Yao Jingming, recolhidos no O Olhar de Henrique de Senna Fernandes – Fragmentos, publicação do Instituto Internacional de Macau e Fundação Jorge Álvares, 1ª edição, Dezembro de 2004.
2. Palavras da crítica Ana Lopes, recolhidas na versão chinesa de A Trança Feiticeira, publicação do Instituto Cultural de Macau e Editora Montanha das Floras, Agosto de 1996.
3. Vice-Presidente da Assembleia Geral da Associação de Educação de Macau. Educadora experiente.

2010年10月19日 星期二

"Aquele velho homem que escreve o amor e os dedinhos de pé"

Hoje encontrei um artigo de um escritor ou uma escritora que escreveu com o seu pseudónimo Gu Yu (que significa Chuva de Trigo) sobre o Doutor Henrique de Senna Fernandes no jornal Ou Mun. Publicou-se o artigo na coluna conhecida “Rua Formasa” do diário em chinês. Agora acabei de fazer esta tradução.

Gu Yu


O escritor filho da terra, Henrique Rodrigues de Senna Fernandes era um homem velho, não alto, gordinho e que tinha um brandy nose. Quando escrevia a tese [de licenciatura], estive uma vez no seu escritório na Nam Van (Praia Grande). Lá estava pendurada uma grande fotografia da actriz Ning Jing. Tendo visto que eu estava a escrutinar esta fotografia, o homem velho riu-se e disse: “She's beautiful, isn't she?! I love her.” Era esta uma fotografia de modelagem de Ning Jing na filmagem d’A Trança Feiticeira. Lisa e abundante a testa, brilhantes os grandes olhos, cheios de sorriso, doce é a actriz.


Aconteceu isso há cerca de cinco anos. A minha colega “I-sap-gou-pao” [literalmente, vinte pães] (Isabel) que estava ainda em Portugal ajudou-me como intermediária a marcar uma hora. Na conversa ele apresentou-me os seus contos em livro “Nam Van”. Dizendo-lhe que não se encontrava à venda, ofereceu-me já no dia seguinte um traduzido para chinês, que bom. Embora me sentisse um pouco desapontado quando acabei de o ler, uma vez que, nalguns contos, o seu olhar, o olhar para o mundo dos chineses é de alto para baixo. Ainda é em A Trança Feiticeira que se descrevem mais viva e razoavelmente aquela aguadeira, aquele belo filho da terra de uma rica família.


O que Nam Van reúne é as suas obras iniciais, cujas histórias ainda são bastante boas. Porém, o seu estilo de escrita era menos natural do que dos posteriores romances, os papéis não eram suficientemente ricos, e ainda por cima, quando contava as histórias dos chineses, mais ou menos tinha uma pena, de alto para baixo. Não me sinto muito agradável quando o leio.


Uma vez ele disse-me: “Amanhã arranjo-te o meu Nam Van, tem que ser o teu favorito.”


Peço desculpa. Esse não foi o meu “favorito”, do qual gosto mais é o seu Amor e Dedinhos de Pé. Este romance contou o amor entre dois filhos da terra. Não apenas é atraente a história, mas também são mais caracterizadas as personalidades no romance do que as outras duas obras. A história como esta, extraordinária e linda, até deu à gente uma quente encorajem.


A entrevista daquele dia evoluiu posteriormente várias conversas. Falava do passado de Macau que ficou na sua mente e a sua época quando era jovem. Doía-lhe o coração por ver a modernização que estragou o silêncio da cidadezinha. Na minha mente estão especialmente nítidas estas palavras: “a paixão minha por Macau, tem que ser maior do que a dos muitos chineses que nasceram cá.” Não me atravesso a dizer o que ele disse é mais ou menos verdadeiro, mas pelo menos, a sua paixão por Macau, podemos ver nos contos e romances.


Naquele anoitecer em que foram acesos inúmeros candeeiros, naquelas ruas grandes e travessas pequenas, em toda a sua memória… Fotografias ou cinema agarram provavelmente estas cenas, mas não o cheiro. Nos seus contos e romances, há uma Macau de ontem tão nítida tão clara, uma Macau tão sonora, tão colorida, tão cheirosa, tão animada!


Henrique de Senna Fernandes era um dos filhos da terra mais interessantes que tenho visto. Agora partiu. Espero que parta bem.

In Jornal Ou Mun, edição 17 de Outubro de 2010.
http://www.macaodaily.com/html/2010-10/17/content_520771.htm

2010年10月4日 星期一

再向我的飛歷奇老師致敬

十月四日清晨從朋友得悉飛歷奇博士去逝的消息後,第一件做的事是從網絡新聞媒體中查證,確定後為這位「老師」的辭世感到婉惜。

二零零七年九月仲秋,因為好奇與學長蘇家樂先生到了飛歷奇博士在南灣的律師樓。家樂在同年澳大葡語暑期課程上聽過博士的講座,也發問過,算是認識博士,可我們事前並沒有預約。到了律師樓只跟飛博士的助手Fátima太太說了我們來想跟博士聊天,博士即接見了我們。飛歷奇博士給我的第一印象是他沙啞的聲音,還記得博士曾開玩笑說那是「當過大狀」的後果。

熟識博士的前輩也說過他很喜歡聊天和對友人訴說舊日的故事。零七年赴科英布拉文學院學習前,我大膽地說自己跟同學製作紀錄片並邀請博士作訪問,竟得到博士應允。那是一個星期一的早上,博士如常從住所走路到律師樓上班。本來說好只有卅分鐘的時間,之後卻花了逾一小時接受訪問,令聲帶累透了。回想起來,與其說是訪問,更應說飛歷奇博士為我們補了澳門知識的一課。

出發赴葡前紀錄片在澳門大學試映,我又邀請了博士發言。博士說他戰時在廣州的生活,說他對澳門的情感,好像要說出所有他想對澳門說的話。站在澳大國際圖書館STDM演講廳的台上一個多小時,對於一個八旬老人來說太久了。演講廳的台階很高,博士下來時感到痛錯,大叫了一聲:「啊!」

零八年澳門大學決定向飛歷奇博士等四位傑出人士頒發榮譽博士學位,我在行政樓上看到了另外三位均有講座,因為呼吸道手術而不能說話的飛歷奇博士卻沒有任何額外的活動,因此我即向葡語學會時任副會長趙浩明先生提出合辦致敬會的建議,之後又請求國際研究所支持。沒想到飛歷奇博士本人答允出席,更沒想到致敬會是葡語社群當日的唯一活動。那時一些海內外土生社團的代表也表示樂意發表賀辭,後來劉羨冰校長也決定出席並發言。飛歷奇博士不只屬於葡語社群,他也屬於華語讀者,也屬於澳門。那是我學生生活中所做最有意義的一件事。

這些日子裡我收集了一些關於飛歷奇博士的訪問、錄音和信件,有機會認識更多這一位令我深感敬佩的前輩。他對澳門的強烈情感,他對回憶往事的執著,他那濃厚澳門土生口音的葡語,還有他那雙「會說話的」手,無不令我留下深刻印象。這一刻,在科英布拉法學院附近一位澳門法律學生的家裡,我記起飛歷奇老師在律師樓裡拍著我的臉,回應我的話說:

É, é uma lição. Aparece!
(對,這是一課。下次再來!)

飛歷奇老師,希望您能在這片您家世代扎根又充滿激情和回憶的土地裡安息,學生再次向您致敬!

2010年9月26日 星期日

Designers chinesas apontam problemas da Rua Cinco de Outubro

Projecto premiado na exposição nacional chinesa de arquitectura pasagista
Designers chinesas apontam problemas da Rua Cinco de Outubro


O projecto “Revitalização da Paisagem da Zona da Rua de Cinco de Outubro de Macau” de Wang Juan e Guo Lei foi premiado na 6ª edição da Exposição Nacional das Obras de Graduação da Arquitectura Paisagista, uma iniciativa conjunta do Instituto Superior de Arquitectura Paisagista da Universidade de Pequim, das outras 67 instituições de ensino superior e das 11 empresas.

Para as autoras do projecto, licenciadas em arquitectura paisagista na Escola Superior de Design da Universidade de Jiangnan e que estiveram em Macau no Março passado, “o bairro da Rua de Cinco de Outubro tem grandes valores históricos e humanos” e “mesmo apenas estas ruas antigas que estão em decadência podem reflectir verdadeiramente as culturas de Macau”. Durante uma semana intensa para a investigação, “percebemos o efeito negativo da anarquia, velhice e pressão das ruas antigas”, recordam as designers.

Segundo as recém-licenciadas, embora a localização do bairro histórico seja “muito excelente”, “não se mostram interessantes” os espaços da antiga “Rua d’El Rei” que dificilmente podem atrair os turistas, além da “declinação” das casas centenárias e da “confusão ”das pessoas e veículos”. O cheiro da gasolina também “é obviamente um problema muito grande” para os residentes do bairro. Os espaços vázios e as ruínas das casas velhas que se encontram frequantemente nas zonas adjacentes do Centro Histórico “trarão uma influência muito pessimista àquelas ruas que já são estretas”.

Juan e Lei que ganharam o “Prémio de Excelência” ainda sugeriram a revitalização da antiga Casa de Chá Lok Kok, a consolidação das ligações dos sítios turísticos e históricos e a persevação das casas chinesas cententárias que se localizam fora da zona de protecção do Centro Histórico de Macau.

2010年7月26日 星期一

前澳督高斯達週日逝世

據葡新社報導,前澳門總督高斯達於上週日(廿五日)當地時間下午四時在葡國里斯本病逝,終年七十八歲。

高斯達出生於一九三八年,曾於葡屬印度和幾內亞執行任務。一九七四年葡國革命後曾任葡國內政部長(一九七五至七六年)、兩年後更一度代理總理職務。一九八一至八六年間出任澳門總督,任內曾出訪北京,又籌備氹仔新城及機場的建設。高斯達的舊同僚和部屬曾於去年十二月向其致敬。據悉高斯達近年一直受健康問題困擾,直至近期惡化,最後於上週日離世。
高斯達的葬禮將於本週三在愛都市聖若望教堂舉行。

2010年7月17日 星期六

Universidade de Macau quer mais estudantes da Formosa

A “Grande Exposição das Universidades” nas duas cidades principais de Taiwan - Taipé e Kaohsiung foi realizada entre dias 17 e 18. Segundo o China Times, as universidades do Canadá, EUA e Hong Kong vieram à ilha a “roubar” estudantes, enquanto a Universidade de Macau (UMac) chegou pela primeira vez para “abrir o mercado”. Na exposição, houve um “cheiro de pólvora” entre a Universidade de Hong Kong e a Universidade Chinesa da cidade vizinha, instituições “mais bem-vindas” do que as próprias de Taiwan, observou o jornal. Em frente das duas universidades “nobres”, a UMac mostrou-se “mais tímida”. “Relativamente, os taiwaneses conhecem pouco Macau. Vimos esta vez para abrir o mercado”, disse Eduarda Vu, chefe da Secretaria da UMac.

http://go.testnews.com.tw/

2010年7月15日 星期四

IPM é instituição gémea da Universidade Nacional de Artes de Taiwan

O Instituto Politécnico de Macau é agora “instituição gémea” da Universidade Nacional de Artes de Taiwan (NTUA, sigla em inglês), destino dos bastantes naturais de Macau interessados na arte e teatro. Segundo um comunicado da NTUA, o acordo foi assinado na passada 5ª feira (dia 8), durante a visita formal do reitor Huang Kuang-Nan e o director do Centro de Intercâmbio Internacional da NTUA His-Te Sung e na véspera da inauguração da “Exposição Conjunta de Obras dos Finalistas das Licenciaturas e Bacharelatos em Artes Visuais e Design”, de que o responsável pela NTUA também fez parte do júri. A assinatura de acordo de cooperação das “gémias”por Lei Heong Iok e Huang Kuang-Nan foi testemunhado por Pan Gongkai, director da Academia Central Chinesa de Belas Artes, reconhecida pelo governo chinês como a única academia de belas artes oficial na RPC. A NTUA foi fundada em 1955, tendo formado artistas mundialmente reconhecido como o realizador de filmes Ang Lee.

2010年7月1日 星期四

Brasil aos olhos do realizador chinês


“É uma prazer tão guevarista.”

“Nam Mei, Nam Mei” (América do Sul, Beleza do Azul) é o título de uma crónica de viagens pelos seis países da América Latina, nomeadamente Brasil, da autoria de um realizador de filmes de Hong Kong Derek Chiu, de fuga das complexidades da cidade e à procura de um céu azul.

“Ò Dayo, dei uma volta à América do Sul.”
“É claro pá. Hoje de manhã tomei um pequeno-almoço na Antárctica.”
“Não. É verdade.”
...

Foram incríveis as viagens. “…Tu, senhor dr. Chiu, não tens medo de ficar sozinho durante seis semanas na América do Sul?” interrogou o humorista Dayo Wong no prefácio para a publicação. Para o artista, esta expreriência “é uma prazer tão guevarista.” O Brasil que a grande parte do livro abordou, embora ainda bastante desconhecido pelos leitores de língua chinesa, seduziu o autor e a editora Enrich Publishing. Além das praias, do futebol, do Pão de Açúcar, do Corcovado e do “conflito” entre os cariocas e paulistas que o fez lembrar-se de Pequim e Xangai, para o autor, a democracia do país é um dos aspectos mais impressionantes. “Porque é que também há sufrágio universal nos países que aos nossos olhos são mais atrasados?” perguntou o realizador em entrevista ao jornal Ming Pao, que recomendou a obra. O livro está disponível nas livrarias locais.

O grande país de língua portuguesa atrai cada vez mais atenção das editoras e produtores chineses. A cidade de São Paulo já é mais conhecida pelos espectadores chineses através de uma série de documentários produzidos pela Rádio Televisão de Hong Kong (RTHK) “Design Cities”, cujas versões em inglês e chinês agora também podem ser visualizadas no seu “site” (http://programme.rthk.org.hk/rthk/tv/programme.php?name=tv/designcities_e&d=2010-06-10&p=4804&e=108640&m=episode).

(Fonte da imagem: http://www.enrichculture.com/)

2010年6月23日 星期三

Finalistas de estudos portugueses da Umac

Cerca de 30 finalistas da licenciatura em estudos portugueses do Departamento de Português da Universidade de Macau (Umac) praticaram a tradição académica local. Na passada terça-feira (dia 22), os finalistas da Umac encheram o grande salão de baile do MGM, num tradicional “jantar dos finalistas” organizado pelo “Graduation Committee” da Associação de Estudantes da instituição de ensino superior e que contou com a presença do reitor Wei Zhao e vice-reitor Rui Martins. A língua não foi esquecida. Os alunos do Departamento de Português não deixaram de proferir as suas mensagens em português, sendo a única voz portuguesa naquela noite. “Estou muito contente hoje por poder dedicar-vos esta canção… É uma grande festa, mas não chegámos ao fim. Vamos ter mais e boas festas no futuro. Desejo que tenham um futuro muito brilhante”, disse com emoção Orlando Mui, o único finalista que falou português na festa, antes de interpretar uma famosa canção pop“Monica”.

2010年4月4日 星期日

O «acontecimento da demolição» do Bairro Social do Fai Chi Kei

Segundo um comunicado da Associação dos Embaixadores do Património de Macau (MHAA, na sigla inglesa) enviado a 18 de Março e publicado no dia 19 pelos Ou Mun e Va Kio, o vice-presidente da assembleia-geral da associação, Lao Cho Wa, embora tenha feito um balanço positivo em relação à política cultural da LAG, pedia ao governo da RAEM uma rapidez de finalizar o Lei de Salvaguarda do Património.

Eis a tradução literal do parágrafo chave do comunicado:
No ano passado, ocorreram em Macau muitos casos dos acontecimentos de protecção do património, incluindo o acontecimento da demolição do Bairro Social do Fai Chi Kei, o acontecimento da conservação da Fábrica de Panchões Iec Long e as dúvidas sobre a conservação do património provocadas pelo Plano Geral das Ruínas de São Paulo. Todos estes casos são envolvidos nos apelos da legislação da «Lei de Salvaguarda do Património Cultural»…

2010年3月16日 星期二

“Renasceu” Cheong Kin I, jovem artista local

Peça teatral “Affections in Landscape” pode ser mostrada em Portugal

Cheong Kin I tem 18 anos. A convite da directora taiwanesa da Out To Box, Hope Chiang Chen-Yun, a jovem artista local participou em criar uma peça teatral a fim de registar o desenvolvimento da cidade artisticamente. Além da estreia em Macau, o espectáculo já está agendado para o próximo mês, no True Color Museum de Suzhou, na província chinesa de Jiangsu. A obra artística será ainda apresentada num festival internacional polaco neste verão e pode chegar ao palco de Portugal.

À chinesa traça-se algo abstracto, não se usa a tinta chinesa mas sim o movimento do corpo. “A Dr.ª Chiang deu-me uma grande liberdade de expressar - vou escrever com a minha sombra como a tinta chinesa os caracteres que significam que ‘eu sou o líquido dentro do útero da mãe’”, diz a jovem artista, também aluna do último ano de escolaridade na escola secundária para Filhos e Irmãos dos Operadores e sócia da Dream Theater Association.

Kin I começou a vida teatral já quando estudava na escola primária. Foi pela primeira vez protagonista quando na peça “Clínico do Dr. Guloso” na cerimónia de graduação daquela escola, já em 2004. Depois, participou sempre no Concurso Escolar de Teatro organizado pelos Serviços de Educação e Juventude e foi cinco vezes (co-)premiada, tendo posteriormente estudado aos artistas de Hong Kong e Inglaterra Bonni Chan e Sean Curran, organizadores do “Theatre du Pif”.

Subiu “finalmente” no ano passado ao palco sonhado do Centro Cultural de Macau como uma dos protagonistas. “Na peça [d’O Bosque Secreto], sou um pássaro, enquanto os meus pais, o meu amante foram assassinados. Quer nos ensaios quer nos espectáculos formais, sob a orientação da realizadora [que é também Hope Chiang], fundi-me neste papel, tendo experimentado as dores de perder os mais amados”, explica emocionada. “Como se renascesse, com uma nova identidade, uma nova personalidade, renasci”.

Porém, em relação das próximas paragens do espectáculo “Affections in Landscape”, Kin I lamenta pela sua indisponibilidade para as preparações de estudos universitários. «É uma pena. Mas não tenho outras medidas. Quero continuar a estudar teatro fora», diz. O espectáculo de Cheong Kin I em colaboração com Chan Miu Chi vai ser estreada nos dias 30 e 31 pelas oito horas de tarde, no espaço da Out To Box, na Rua do Pato.

2010年3月13日 星期六

Mais um caso

O artistia local, Dr. Wong Ka Long publicou no Facebook um álbum de fotografias intitulado «Além das quatro residências da Rua D. Belchior Carneiro – Dois edifícios clássicos ao lado do Lilau». Embora o artista se refira que «alegadamente se manterá a casca», «tendo estado com este(s) há mais de 10 anos custa-me de repente (despedir-se)», lamenta uma cibernauta Man Lam. Porém, não se ficará toda a «casca» mas apenas as fachadas. Segundo as fotografias do artista, já estão a desaparecer os aspectos antigos no interior das casas, onde os padrões decorativos como um fretwork chinessísimo que tem uma conotação chinesa da eternidade de sorte.

2010年3月3日 星期三

Internautas contra demolição das residências às São Paulo (I)

Começaram já ontem a demolir as residências de funcionários públicos a fim de lá pôr um parque de estacionamento. Além dos especialistas, os internautas têm os seus próprios pontos de vista e querem que se pare a demolição.

O fórum do CTM é o palco de discussão, ou mesmo disputa. A internauta «nancylao» solicitava já no Novembro passado «ao deputado José Pereira Coutinho que impedisse a intenção da demolição», que «afectaria seriamente os residentes e destruiria o ambiente da zona adjacente do património mundial», manifestou «nancylao». «Têm, em cima disto, certos valores históricos estes prédios, que deveriam ser revitalizados e, deveria ser estabelecida uma zona de lazer, solicito que V. Ex.ª dê voz pelos cidadãos, e que oponha publicamente, o que será certamente apoiado pelos moradores vizinhos da Rua de D. Belchior Carneiro», pede a internauta.

Há quem a oponha, mas também há quem a apoia. «De facto são pobre os residentes da zona. Além da porta da casa é cheio dos turistas. Os moradores dos primeiros andares respiram o fumo das camionetas», lamenta um outro internauta «sunharri», «ainda em cima, há outros automóveis que buzinam por ser obstaculizados pelas camionetas e as vozes das pessoas estão fervidas. Simultaneamente, os carros não têm lugar para estacionarem. Durante todo um dia só pode voltar ao silêncio após as 5 horas».

專家學者籲保留大三巴公僕宿舍

文化局博物館研究員陳志亮、建築師樊飛豪等專家學者昨日(三日)接受本地葡文報章《澳門今日》及《澳門論壇日報》訪問時,呼籲有關部門慎重考量大三巴牌坊附近四座公務員宿舍的價值,冀望當局能予以保留並將之活化。

十多年前曾參與澳門博物館考古團隊的陳志亮表示支持有關當局改善大三巴區旅遊環境的構思,唯四幢建於上世紀六十年代的公僕宿舍「見證了一個年代和一種生活模式」,「我們可(在現存建築內)設立一所畫廊或一座博物館,一旦決定清拆就不能挽救」。另外,陳志亮亦擔憂宿舍拆卸後能否出土珍貴文物,因為「我們觀察四座建築物的地平面高度後便會明白到(聖保祿學院)遺址下的(只)會是岩石層」。

本地的建築專家樊飛豪則認為清拆行動開展前應進行詳細的考察和研究,他建議以先進的考古素描儀器配合考古研究員的測量。他又指出首兩座宿舍下更有可能發現具意義的遺物,因為該處曾是耶穌會士修院和一牆之隔的一萬一千貞女教堂和聖米迦勒祭壇的所在。然而另外兩座宿舍的原址卻「遠離教堂,而且曾是耶穌會士的農地」。樊飛豪強調現時旅遊巴士排出的廢氣已正在損害聖保祿教堂和學院的遺址,擔心新停車場會為文物保護的工作和該區居民的生活帶來更大的壓力。

另一位本地資深建築師、澳門建築師協會成員Nuno Soares接受《澳門論壇日報》專訪時亦稱,四座大三巴公僕宿舍「規模適中;以一種地道的材料建成,本地人稱之『上海批盪』,再者它們都適用於(本澳的)這種氣候環境,而且都屬混合式建築」,應予以保留。

近日本澳多個社團和專家學者均表態支持當局保留和活化大三巴聖保祿學院和教堂遺址附近的四座舊公務員宿舍,事件已引起了文物保護人士的關注。

2010年3月2日 星期二

Mais um funcionário do IC apela manutenção das residências junto às São Paulo

Mais um funcionário do Instituto Cultural (IC) apela à manutenção dos quatro edifícios de antigas residências de funcionários públicos junto às Ruínas de São Paulo. O artista e arquitecto do IC, Lui Chak Keong, comentava ontem (dia 3) o caso na «Praça de Lótus» do jornal «Ou Mun».

«É apenas que a tolerância e a coexistência são a verdade», dizia em poucas palavras. «Há quem ache que não têm que ser demolidas as antigas residências de funcionários públicos», que «fazem parte dos veios de vivências ‹modernas› do bairro de São Paulo». Porém, fazendo comparações com a Baixa da cidade de Lisboa e a praça francesa da Bastilha, não se manifestava claramente contra a demolição.

«A tolerância e a coexistência são os valores universais verificados pelo Centro Histórico de Macau», concluiu esperando que a conservação do património pudesse ter uma própria «moda de Macau» que respeite aqueles valores.

Dirigente associativo solidário com Fai Chi Kei

Após a publicação de um comunicado da Associação dos Embaixadores do Património de Macau nos dois diários principais em língua chinesa, o Instituto de Conservação e Restauro de Relíquias Culturais de Macau (MICRCR, na sigla inglesa) não queria ficar calado, manifestando-se oposto em relação à demolição do Bairro Social do Fai Chi Kei, segundo a tradução disponibilizada de um artigo assinado pelo presidente do MICRCR, publicado no matutino «Va Kio», já no mês passado.

A intenção de demolição do Instituto de Habitação «tocou o nervo das personalidades de conservação do património de Macau, que efectuaram novamente iniciativas, a fim de salvaguardar esta herança em risco de desaparecer», segundo um texto escrito pelo dirigente associativo Francisco Chan Chi Leong, em colaboração com Lam Chi Kit, aluno de gestão do património do Instituto de Formação Turística. «Porque é que o bairro social de valor tem que ser demolido?», questionavam Chan e Lam, «em relação à velha arquitectura na zona do Fai Chi Kei, além do bairro social, resta apenas na impressão o ‹Canídromo›.»

«Sinceramente, não acordamos com a demolição do Bairro Social do Fai Chi Kei», frisaram os dois defensores do património, «se se conservarem as duas antigas peças arquitectónicas (também das residências de funcionários públicos junto à Ruínas de São Paulo) e se revitalizarem, reflectirá certamente a identidade cultural do território e encantará novamente Macau, esta cidade de cultura que tem ficado famosa pelo seu centro histórico, que é património mundial», explicavam os dois membros do MICRCR.

Francisco Chan e Lam Chi Kit esperam que, «com um novo pensamento, o novo governo não sacrifique os interesses comuns dos cidadãos de Macau em troco de uma errada decisão». De acordo com o comentário, «sinopticamente observando o trabalho civil da conservação do património de Macau, embora sempre vencidos (os defensores), lutam cada vez mais bravamente».

2010年3月1日 星期一

Museólogo do próprio IC oposto à demolição das residências às Ruínas

No sábado passado, o jornal «Ou Mun» ainda apoiava a manutenção das antigas residências de funcionários públicos, levantada pelas associações locais. Mas ontem (2 de Março), calou-se. Na sua edição da terça-feira que contava com um comunicado do Instituto Cultural (IC), via-se que parecia que nunca ninguém levantou a questão.

O «Ou Mun» referia no dia 27 a importância dos edifícios construídos durante a década de 60. Mesmo assim, um outro diário principal «Va Kio» não estava satisfeito e publicou no dia seguinte um comentário de um investigador do próprio IC, mostrando-se oposto à demolição das residências na zona adjacente das Ruínas de São Paulo. O autor do comentário é Francisco Chan Chi Leong, que, há mais de uma década, participou na equipa de fundação do Museu de Macau. É também presidente da assembleia-geral do Instituto de Conservação e Restauro de Relíquias Culturais de Macau (MICRCR, na sigla inglesa).

Em nome do MICRCR, Francisco Chan efectuou um comentário na sua coluna no «Va Kio». O dirigente associativo manifestava-se favorável em relação ao aperfeiçoamento das zonas turísticas por volta do antigo Colégio de São Paulo, mas «oposto em relação à demolição dos quatro edifícios de residências de funcionários públicos na Rua de D. Belchior Carneiro». «Falando das escavações arqueológicas, há duas possibilidades – descobrimento ou não. E quanto ao dito descobrimento, há também dos tipos – valioso ou não.»

O investigador sugeria uma outra aposta na protecção e restauro das já actualmente existentes relíquias que estão em exposição ao ar livre e também em lenta destruição pela chuva e sol, em vez das escavações planeadas pelo governo da RAEM, as quais «são praticamente absurdas conversas». «Se nas escavações arqueológicas encontrarem apenas alguns tijolos e telhas que não se percebam, poder-se-á dizer então que se sacrificarão heroicamente os quatro edifícios de residências!», exclamou Francisco Chan.

«São mais ou menos equivalentes as altitudes horizontais da superfície da terra do Museu de Arte Sacra e Cripta e dos passeios por volta das residências. Após uma cautelosa observação, pode-se descobrir que, o museu se situa um metro debaixo de rocha. Pode-se, portanto, julgar que é extremamente provável encontrar, em baixo das residências, (apenas) estratos geológicos do Proterozoico ou camadas de rochas», explicou o museólogo, tendo realçado a relevância dos edifícios a ser demolidos a partir de hoje (dia 3 de Março). O irónico é, segundo Francisco Chan indicou, «uma certeza de descobrimento» arqueológico no sopé do Monte entre a fortaleza e as ruínas de São Paulo, que as autoridades nunca referiu publicamente.

2010年2月26日 星期五

Associações locais pedem manutenção das residências junto de São Paulo

«Em relação à manutenção ou não dos quatro antigos edifícios das residências de funcionários públicos (junto das Ruínas de São Paulo), várias associações têm as suas opiniões distintas», retrata o jornal «Ou Mun» na sua edição do sábado passado (dia 27).

Segundo o matutino, a questão da manutenção das antigas residências tem ficado um «foco de preocupação da sociedade», embora o governo da RAEM explica que «tem feito a decisão da demolição apenas após uma avaliação da questão dos valores da continuidade (dos dois dos quatro edifícios)». «Se descobrir mais pontos históricos valorosos, continuará a escavação nos outros dois edifícios», acrescentou o Plano Geral Urbano das Ruínas de São Paulo.

Porém, várias associações de preocupação do património local mostraram-se insatisfeitas com as explicações do governo da RAEM, consideram que «em termos topográficos, estes quatro edifícios antigos ficam já mais baixos das zonas adjacentes (das Ruínas de São Paulo)», acreditando que debaixo destes «não existem pontos históricos ou património precioso». E «há» uma outra «opinião» que espera poder manter pelo menos um edifício como a referência da exemplar das quatro casas construídas durante a década de 60 as quais «foram lugares de filmagens (de uma produção de Hong Kong feita no território «b420 – Before Twenty... Before Too Old»)».

O «Ou Mun» não refere na sua reportagem quais foram as associações que levantaram a questão, mas reteira que as mesmas querem que todos quadro edifícios se mantenham, uma vez que «acreditam que estes quadro antigos edifícios podem ser aproveitados para outros usos, até porque representam o ambiente e a vivência dos (antigos) funcionários públicos portugueses no território e reflectem as características arquitectónicas dos anos 60 do século XX».

2010年2月23日 星期二

Faleceu o fundador do Jornal do Cidadão

Segundo um comunicado publicado ontem pelos jornais em língua chinesa (expecto o próprio Jornal do Cidadão, o que é estranho), no sábado passado (dia 20) o fundador de um jornal macaense Ho Man-Kung faleceu aos 103 anos de idade no Hospital de Santa Teresa (conhecido como Hospital Francês de Kowloon), em Hong Kong. Ho Man-Kung, primeiro supervisor de imprensa de origem chinesa, fundou em 1944 o Jornal do Cidadão. Foi também professor das várias escolas chinesas fundadas durante a invasão japonesa como a Kung-kao, e, a convite de Ho Yin, ainda participou nos anos 60 na fundação de uma escola tendo deixado a função do Jornal do Cidadão. O comunicado ainda louvou muito o patriotismo de Ho Man-Kung e a sua posição persistente contra os jornais então controlados pelos japoneses durante a segunda Guerra Mundial.

2010年2月22日 星期一

Algumas coisas

O Ponto Final tem tocado recentemente na questão do uso da língua na Universidade de Macau (Umac). Via-se, antes das «estranhas» aulas da Umac antes das férias «normais» do ano novo lunar, um «cartaz» pequenino em que estava escrito «Viva Voce» (sem assento). «Que isso?» (Muito à brasileira.) Será uma iniciativa do Departamento de Português? Não. Enquanto a placa da inauguração do Centro Cultural universitário inaugurada pelo então presidente português Mário Soares continua a desaparecer e a ser esquecida por completo, enquanto uma «universidade de língua inglesa» pedia uma vez (pelo menos) aos seus leitores anglófonos que se dirigissem à versão chinesa do seu website para uma informação detalhada, e enquanto a página de correio electrónico em português está cancelada, surgiu uma propaganda (apenas o título) em português de uma iniciativa organizada pela Associação de Estudantes. Não se sabe se a sua direcção domina o português (pelo menos a sua Sociedade de Português sim), mas foi especial e contente que a organizadora da actividade tivesse esta ideia.

Porque é que ninguém pergunta destas coisas? (enquanto também está abolorecida mas mostrada a mensagem de felicitação do último governador Rocha Vieira à inauguração do Centro Estudantil.)

Fai Chi Kei no Facebook

Um grupo no Facebook, criado já no ano passado, que mostra oposto em relação à demolição, «Opomos a demolição do Bairro Social do Fai Chi Kei, património de arquitectura contemporânea de Macau», alterou o seu nome para «O Bairro Social do Fai Chi Kei que cairá em breve é uma peça da medalha de ouro da ARCASIA, não estejas com indiferença!», como assim pede aos internautas.

Eis a tradução livre parcial de um texto do grupo:
«... Embora haja entre nós muitas pessoas que necessitem urgentemente os bairros sociais, quer apoias quer não a iniciativa de uma petição dos internautas, sabe tu pelo menos que, o Bairro Social do Fai Chi Kei, obra vencedora da medalha de ouro da ARCASIA em 1995, despedir-se-á para sempre no palco da História...»

2010年2月19日 星期五

Café Nam Ping no Facebook

Eis a livre tradução da apresentação da página de fãs do Café Nam Ping no Facebook:

«É para fornecer aos amigos do Café Nam Ping uma plataforma dedicada à discussão e conhecimento deste antigo lugar que tem coexistido com Macau há 46 anos. É simultaneamente para reviver pouco a pouco as memórias dos velhos amigos de geração a geração. E é para os novos amigos de fora, falarem deste lugar e do sentimento de Macau antiga.

O 1966 é, para muita gente de Macau da geração antiga, um ano especial, uma vez que neste ano ocorreu o acontecimento de 1, 2, 3.

E no mesmo ano, naqueles dias turbulentos, o Café Nam Ping começou a funcionar, tendo acompanhando o crescimento dos antigos moradores vizinhos e de Macau até após os 46 anos.

Na simultaneidade da mudança das épocas, ainda existe ele que parece ficar sempre igual, fundindo-se com o estilo da década de 70 e as palavras de ordem que desaparecerão em breve nos bairros antigos de Macau.»

2010年2月11日 星期四

Fai Chi Kei, novamente na impressa chinesa da diáspora

A atenção dos jornais chineses na diáspora à já decidida demolição do Bairro Social do Fai Chi Kei, com o semanário intitulado «Europe Weekly Portugal», sediado em Lisboa, chegou a uma percentagem de 50% dos todos os textos em chinês em todo o mundo, sobre este caso. Depois de um comunicado publicado da Associação dos Embaixadores do Património pelos dois matutinos locais «Ou Mun» e «Va Kio», o caso foi conhecido pelo jornal brasileiro em chinês «Americana» e agora, chegou à comunidade chinesa residente no país luso.

O semanário, também conhecido pelos imigrantes chineses em Portugal como o «Semanário Chinês de Portugal», publicou em Janeiro passado um texto em relação à «crise de demolição» do «património arquitectónico chinês e peça premiada pela ARCASIA», intenção «oposta por vários arquitectos da China e Portugal». São destaques neste texto o valor e uma «significância na História de arquitectura». O semanário ainda citou o apelo da Associação dos Arquitectos de Macau, do antigo presidente do Leal Senado José Maneiras e do antigo presidente do Instituto Cultural de Macau Carlos Marreiros, entre outros arquitectos locais.

2010年2月8日 星期一

賈祖裕華誕 澳大葡文系畢業生賀壽

澳門大學社會及人文科學學院葡文系畢業生、學生會葡萄牙語學會會員週一在該校農曆新年假期前夕向該系葡國語言文化及澳門史教師、論文導師賈祖裕(José Jorge Simões Cavalheiro)賀壽致意。

澳大葡文系畢業生近卅人前天假該校銀禧樓祝賀賈祖裕華誕,向熱愛中國茶藝和日本茶道的老師送上由澳門郵政出品的虎年茶壺,以表心意。賈祖裕早年已於澳大葡文學院(今葡文系)任教,去年曾是該系畢業生的澳門史教師,今年也是多位學生的論文導師。賈祖裕以教導學生為樂,又由於留有白色的鬍子,每逢聖誕又以「聖誕老人」形象參加派對,受到學生喜愛。

葡裔歷史學者賈祖裕六十年代末來澳後,一直根繫澳門,對中國文化深有研究,又通曉粵語。賈祖裕一直活躍於文化和教育事業,九十年代中曾應邀擔任澳門博物館的顧問,參與籌建該館的工作。零七年更支持澳大葡文系學生組成葡萄牙語學會,成為該會的榮譽顧問。

2010年2月6日 星期六

Mensagem URGENTE: 赴葡生申報抵葡

Mensagem URGENTE: 各位赴葡學習的同學, 我在fb得知你們近日乘座德航經德國入歐抵葡. 據聞經其他《申根公約》(Acordo de Schengen)簽署國抵葡的外國公民須在三日內向外國及邊境事務局(Serviço de Estrangeiros de Fronteiras,簡稱SEF)申報, 否則須繳納罰款. 希望你們趕及向該局查詢是否必須申報, 以免不必要的損失. 祝你們在葡平安愉快!:)

請參閱有關申報的相關指示:
http://sites.google.com/site/leximigratoria/Home/cap%C3%ADtulo-ii---entrada-e-sa%C3%ADda-do-territ%C3%B3rio-nacional/sec%C3%A7%C3%A3o-iii---declara%C3%A7%C3%A3o-de-entrada-e-boletim-de-alojamento/artigo-14%C2%BA

2010年2月4日 星期四

旅巴澳門歌手新作助推廣澳門

據巴西聖保羅網站「澳門記憶計劃」報導,旅巴澳門藝術家羅力高以鍵盤樂器、敲打樂器和小提琴重新錄製澳門名曲《Macau》,並創作了三首新歌《Cisne Negro》、《Pizzicato》和《Goodbye My Friend》,現於該網站上展示。

現居聖保羅、人稱亞B的獨腳樂人羅力高曾於六十年代與艾勁龍、李文道等本地年輕歌手組成樂隊「The Thunders」。一九六八年,在由香港電視廣播公司舉辦的「Star Show」歌唱比賽中,憑《She’s In Hong Kong》一曲成名,隨即成為百代唱片公司旗下的樂隊,灌錄了多首歌曲。樂隊在七十年代解散後,零六年在本澳葡語運開幕禮上再度同台演出。葡語歌曲《Macau》一直在國外廣為流傳,其土生語和普通語版本亦先後推出。

羅力高新曲展示是「澳門記憶計劃」的項目之一,該網站負責人、前聖保羅澳門會館文化主任魯顥言希望透過在當地建立網站,在巴西宣傳澳門文化。「澳門記憶計劃」建立七年以來,魯顥言不斷搜集澳門史料並在網上公開。至今該網站已有超過九萬人次瀏覽,對在南美和國際葡語社群宣傳澳門有正面作用。

「澳門記憶計劃」網站是:http://www.memoriamacaense.org/

Sociedade de Português da Umac tem nova presidente

Huang Ting, natural de Pequim e aluna do 2º ano da licenciatura em estudos portugueses é a nova presidente (substituta) da Sociedade de Português da Associação de Estudantes da Universidade de Macau (Umac).

O novo semestre começou e Huang Ting tomou formalmente posse de presidente substituta da Sociedade de Português, embora devessem estar os alunos da Umac já de férias do ano novo lunar (o que foi criticado pelos pais dos alunos de Pequim). A nova dirigente estudantil substituiu Chio Hou Meng, natural de Macau e ex-membro da direcção que se dedicou ao trabalho do grupo académico desde já a fundação da mesma em 2007.

Foi aceite no ano passado pela Associação de Estudantes da Umac uma única lista de eleição para a nova direcção liderada por Feng Xiaoze, já anteriormente nomeada por Chio Hou Meng como presidente substituta. Mas durante a ausência de Feng para os seus estudos em Portugal, a vice-presidente Huang é a líder substituta.

Chio Hou Meng, dedicado à promoção da cultura portuguesa
Chio Hou Meng, já aluno do 4º ano da licenciatura em estudos portugueses, sócio fundador e antigo vice-presidente da Sociedade de Português substituiu no passado Fevereiro o primeiro presidente Sui Shi. Antes de ter sido eleito como novo presidente (também foi de única lista), o então vice-presidente já começou a cooperar com o Studio Nilau, tendo apoiado uma secção da «Homenagem ao Sr. Prof. Henrique Rodrigues de Senna Fernandes» e coordenado a «Exposição de Fotografias de Viagens de Season Lao Sin Hang – Um Macaense em Portugal» e uma «Mostra da Publicação do Instituto Internacional de Macau».

Coordenou e presidiu ainda delegações do grupo académico tendo visitado o Instituto Internacional de Macau (IIM) (ainda na qualidade do vice-presidente), a Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa, o Centro de Promoção e Informação Turística de Macau em Portugal, a Casa de Macau em Portugal e a Delegação do IIM em Lisboa. Embora já fora da direcção, Chio promete contínuo apoio e atenção à Sociedade de Português da Umac. Anteriormente, o então presidente Chio Hou Meng apresentou publicamente os agradecimentos aos constantes apoios do Banco Nacional Ultramarino que tem patrocinado este grupo fundado pelos estudantes de estudos portugueses, desde a sua primeira iniciativa cultural da apresentação do documentário «As Fontes de Água de Macau» em 2007.

2010年1月30日 星期六

Cidade brasileira mereceu atenção de Hong Kong

São Paulo é uma das «Design Cities», série de documentários produzidos pela Rádio Televisão de Hong Kong (RTHK) e pelo Hong Kong Design Centre. O programa foi transmitido no sábado passado na TVB. Entre Banguecoque, Barcelona, Berlim, Copenhaga, Londres, Quioto e Shenzhen, a cidade paulista mereceu uma rara atenção da radiodifusão oficial da RAEHK.

«Se você achar que o dito design é apenas uma ambição do luxo, um divertimento dos ricos ou um monopólio do partido das malas (designação oriunda das altas dirigentes da pré-transição de Hong Kong), nesta época em que o gosto também se pode ser comercializado, por favor reavalie o enquadramento e a fronteira do ‹design›», apresenta a webpage do programa. O documentário é da autoria do produtor executivo Wong Lo Tak e do realizador Tse Ka Ho. O apresentador é designer Makin Jan Ma, muito impressionado com as realidades brasileiras.

«O design não é apenas um copo prático, ou uma roupa muito linda. Quando uma cidade se expandir de alta velocidade, quando a profundidade da pobreza ficar cada vez maior, e quando o ambiente for cada vez mais poluído, o design será uma solução destes problemas», diz Makin Jan Ma.

São entrevistados Ana Cristina Kitty Carvalho, designer que embeleza as ferveras, Estevão Conceição, residente de uma fervera que construiu um «museu de belas artes» com lixo, Danielle Alcântara, Vice-presidente do Núcleo de Modern Design (NGO) onde as donas de casas podem estudar design, sem pressão nenhuma, Cyntia Malaguti, professora da Faculdade de Arquitectura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, Ivo Pons, Presidente do NGO, Christian Ullmann e Sílvio Galvão, designer e artista que querem o design fazer parte da protecção ambiental, entre outros.

http://programme.rthk.org.hk/rthk/tv/programme.php?name=designcities&d=2010-01-30&p=4651&e=&m=episode

2010年1月26日 星期二

Incêndio? Saem «à vontade»

Hoje (27 de Janeiro), pelas 14h30 de tarde, chegou uma ambulância à esquina do cul-de-sac Travessa do Conselheiro Ferreira de Almeida. Cheirava fumo, não se sabia o que é que passaria. Logo a seguir chegou o alarme das pelo menos duas viaturas de bombeiros. De acordo com um morador, alguns vizinhos saíram das casas e viram nas escadarias um bombeiro de aviso «com cara um pouco nervosa». «O que é que aconteceu?» A resposta foi apenas efectuada por um grupo de bombeiros que estão no 2º andar a preparar partir uma porta para entrarem e apagarem o fogo. «Saiam!» Sem alarme do próprio prédio de umas seis andares, os moradores não tinham muita noção de sair. Até o avisador entrou numa casa cheia do fumo, o morador diz - «o fogo não está em minha casa, está em baixo.» Numa casa de um só idoso, terá sido causado o pequeno incêndio por um curto-circuito apagado pelas 15 horas, segundo um bombeiro. Se neste caso não há um alarme neste edifício com moradors sem ser avisados, não será perigoso?

2010年1月24日 星期日

澳門電台編輯冀澳大工程聘用澳人,立例保存葡文學校

澳門電台葡文台總編輯Gilberto Lopes昨天(一月廿五日)在本地葡文報章《澳門今日》發表評論,表示認同澳門文物大使協會日前促請特區政府擴大文物保護範圍的計劃和考慮筷子基社屋價值的呼籲。

澳門文物大使協會理事長周慧珠冀望當局能將大西洋銀行總行大樓、新中央酒店、葡京酒店、嘉樂庇總督大橋、內港港灣及碼頭、氹仔舊市、牛房和路環古村例為保護文物。對此,Gilberto Lopes指出,「新的(文物保護)清單只有包括這些建築才算成功,因為它們均已是澳門的歷史遺產。」他又強調,葡文學校是中國傑出的建築藝術作品,希望也能獲當局考慮永久保存這所學校建築的可能性。

電台葡文台總編Gilberto Lopes在評論中重申,本澳企業、建築師和工人在澳門大學橫琴遷址計劃上應有更多的參與,他希望特區政府能消除本澳專業人士的疑慮,建設一個具二十一世紀前瞻性的澳門校園。

2010年1月23日 星期六

Fai Chi Kei, até ao Brasil

A já decidida demolição do Bairro Social do Fai Chi Kei despertou a atenção de um dos maiores jornais em língua chinesa da América Latina. Segundo o matutino, esta acção «causou uma oposição de vários arquitectos da China, Portugal e Brasil», uma vez que os dois prédios do Fai Chi Kei são «património de arquitectura contemporânea da China e excelente obra da autoria do arquitecto português Manuel Vicente».

Nota-se uma óbvia explicação para todos os leitores de língua chinesa espalhados em toda a América - «a habitação social de Macau corresponde à habitação economicamente adequada do Continente (chinês), à habitação para os cidadãos de Taiwan, à habitação pública de Hong Kong e à habitação associada da Singapura» (tradução literal, pois em língua ocidental serão mesma coisa), explicou na passada quinta-feira (21 de Janeiro) o «Jornal Chinês ‹Americana›», um dos maiores diários em chinês na América Latina, sediado no capital do estado brasileiro de São Paulo e fundado em 1983.

«O falecido famoso especialista chinês de arquitectura Eric C. Lye escreveu antes do seu falecimento um livro especializado e dedicado ao reconhecimento do contributo de Manuel Vicente para a arquitectura contemporânea da China», retratou o jornal «Americana». «Manuel Vicente tem-se radicado em Macau desde a década de 60, tendo escrito uma importante página da arquitectura portuguesa e deixado ficar mais uma peça arquitectónica excelente na China».

De acordo com o «Jornal Chinês ‹Americana›», o acontecimento atraiu «alguma atenção do círculo brasileiro de arquitectura», e «assinaram (a petição de não demolição) os arquitectos como Zan Quaresma de São Paulo e Noemia Lucia Barradas Fernandes e Otavio Leonidio do Rio Janeiro», assim como alguns associados das duas Casas de Macau no Rio de Janeiro e São Paulo apoiam a manifestação online.

2010年1月19日 星期二

韋先禮願再設計筷子基平民坊

澳門文物大使協會日前接受傳媒訪問時表示,希望將多種官方保護清單以外的文物列入《文化遺產保護法》。就此兩份本地葡文報章《澳門論壇日報》和《句號報》昨日(廿日)均有報導,其中前者更將消息列為頭條新聞。兩份報章亦重點報導了文物大使協會理事長周慧珠較早前呼籲保留筷子基社屋的言論。

筷子基社屋設計者韋先禮日前在接受《句號報》時表示,卅多年前原有的筷子基平民坊因大火急需重建,韋先禮應邀設計了新的平民坊(今稱平民大廈),尊重華人的風俗之餘,又不失西方公共建築空間的條件。曾師從美國建築大師路易斯‧卡恩(Louis Isadore Kahn)的韋先禮指重建筷子基社屋應考其本身的歷史和建築價值。他又表示希望能負責活化筷子基社屋,並另作選址築房,再設計新的社會房屋。

韋先禮於一九七九年設計的筷子基社屋曾於一九九五年獲亞洲建築師協會金獎。已故華人建築教育家黎錦超更對韋先禮的設計有高度評價,生前曾著專書介紹韋先禮的作品,以表揚其對中國當代建築所作出的貢獻。

2010年1月18日 星期一

Presidente da MHAA apela reclassificação das casas antigas

A presidente da Associação dos Embaixadores do Património de Macau (MHAA, na sigla inglesa), Chao Wai Chu, apelou, em entrevista ao jornal Ou Mun, a uma reavaliação dos sítios do Centro Histórico de Macau simultaneamente como monumentos, edifícios de interesse arquitectónico, conjuntos e sítios classificados, pelo facto de que «a lista oficial de preservação do património não se tem modificado há muitos anos». Chao Wai Chu quer ainda que o governo da RAEM faça a inclusão do edifício da sede do Banco Nacional Ultramarino, Hotel Central e outros edifícios antigos da San Ma Lou no conjunto classificado da Avenida de Almeida Ribeiro, «para serem conservados a longo prazo». «Em consideração da classificação do ‹Centro Histórico de Macau› como o Património Mundial há mais de quatro anos, a lista oficial de preservação do património ainda não está revista, volto a desejar uma ‹surpresa positiva› quando se tiver aprovado a ‹Lei de Salvaguarda do Património Cultural›». Para a responsável pela associação, é necessária uma avaliação da possibilidade da classificação do Hotel Lisboa, Ponte Governador Nobre de Carvalho, baía do Porto Interior, antigo Mercado Municipal da Taipa, Armazém do Boi e povoações antigas de Coloane. Anteriormente, Chao Wai Chu pediu ao governo da RAEM a conservação do Bairro Social do Fai Chi Kei, tendo destacado «o grande valor deste(s) edifício(s) para Macau».

2010年1月6日 星期三

Fai Chi Kei ainda valorizado pela memória dos habitantes, mas necessita do conhecimento do público chinês

«Há as opiniões que indicam que foi reconhecido no passado o valor de preservação do Bairro Social do Fai Chi Kei, não se percebe qual é a razão da reconstrução (demolição) por parte das autoridades?» A resposta foi feita já no ano passado por Chiang Coc Meng, então presidente do Instituto de Habitação do governo da RAEM. Até ao domingo passado (3 de Janeiro) quando se publicou um comunicado sobre o assunto, tinha sido a única referência do reconhecimento dos edifícios entre os jornais de língua chinesa.

O conhecimento da questão não tinha chegado ao público chinês, cuja grande maioria não domina português. San Cheang, fotógrafo amador que desconhecia na altura os valores e as distinções dos edifícios, pecando a máquina fotográfica, tinha registado no ano passado as cenas da vida entre os prédios, «por onde passo todos os dias, não pensava que se tornasse brevemente numa História». «Acredito que no futuro, depois de ter desaparecido, estas fotografias trarão a muitas pessoas memórias diferentes», comentou as obras fotográficas lamentando Lam Soi Meng, também fotógrafo amador.

A memória do bairro social é assim considerada «muito colectiva», uma vez que a zona é um dos bairros mais povoados do território. Alguns jovens residentes do Fai Chi Kei mas não dos edifícios também se recordam que «brincavam no seu jardim onde deixaram a memória da infância».

No passado dia 30 de Dezembro, a Associação dos Embaixadores do Património de Macau escreveu um comunicado, publicado pelos dois jornais principais chineses Ou Mun e Va Kio a 3 de Janeiro. A presidente da direcção da associação, Chao Wai Chu destacou «o grande valor deste(s) edifício(s) para Macau», esperando que «o governo da RAEM proteja o património de Macau que possui os valores arquitectónicos ou históricos, na simultaneidade de impulsionar o desenvolvimento da sociedade».

O bairro era na História antiga ainda uma barra chamada pelos habitantes «Chek Chao» (Barra Encarnada). E Fai Chi Kei, topónimo etimologicamente oriundo das fundações dos «dois pauzinhos» - duas linhas de casas de dois andares as quais os pareciam. Durante a invasão japonesa, na zona viveram os chineses e ainda os refugiados portugueses e judeus vindos de Xangai. A memória da última geração já se limpou, ainda limparemos a que testemunhou quase três décadas do desenvolvimento de Macau?

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