«Não nos esqueçamos de que é uma importante componente a cultura deixada pelos portugueses»
Lei Chin Pang não quer a História colonial cair no esquecimento
«Porque é que a História colonial está esquecida?» é o título do 7º texto da série «Revisão e Introspecção dos 10 anos», publicado ontem (23 de Novembro) no jornal Ou Mun pelo colunista local Lei Chin Pang, editor executivo da revista mensal de língua chinesa «N Generation». O autor expressou, em certa forma, um desconhecimento geral dos elementos culturais portugueses entre as comunidades chinesas autóctones, e, um apelo da valorização da cultura portuguesa no território.
«Em relação à História colonial de Macau e à cultura co-misturada pela chinesa e estrangeiras existente por este colonialismo, de facto, muitas pessoas vêem-nas com indiferença. Após o regresso, abraçamos, por um lado, a China com uma atitude de ‹não voltar a mencionar o passado›, e, deixamos, por outro lado, a História colonial sem ser explorada, investigada e compilada, por causa do rápido desenvolvimento económico e das questões sociais que não se consegue atender ao mesmo tempo.» Foram estas primeiras palavras que iniciaram a expressão do autor.
Comparando com o contexto retratado em La Lenteur (A Lentidão) do escritor checo Milan Kundera e a queda comunista no Leste Europeu depois de 1989, Lei Chin Pang questionou o porquê do esquecimento do passado de «mais de 400 anos da residência dos portugueses» no território e também de «mais de 100 anos da administração colonial». «Na obra em vídeo local das ‹Histórias de Macau› estreada publicamente no ano passado, a ‹Rua de Macau›, realizada pelo filho da terra português Sérgio Perez, é baseada numa história de que, um jovem filho da terra, que gere restaurante português no bairro antigo, se apaixonou por uma chinesa de Macau retornada do estrangeiro. Este filme revelou a representatividade da cultura dos filhos da terra em Macau», acrescentou.
«Não nos esqueçamos de que é uma importante componente a cultura deixada pelos portugueses», diz
«Este filme de curta-metragem faz-nos lembrar – com o regresso, quando estamos a explorar as histórias de Macau e a identidade da população de Macau, não nos esqueçamos de que é uma importante componente a cultura deixada pelos portugueses». Relativamente às duas administrações portuguesa e britânica em Macau e Hong Kong, o colunista fez um comentário sobre a formação da identidade de Macau – depois do acontecimento histórico «1, 2, 3» em 1966, «o governo português de Macau avançou ainda com uma atitude da ‹pastagem›, o que deixou em certa forma as associações transformarem-se num governo civil».
«Pelo facto do estilo da administração portuguesa, as pessoas de Macau em geral não sentem muito com a marca gravada com ferro quente pela História colonial no nosso corpo», explicou. «Não falamos português, não nos interessaremos nas viagens por Portugal e, o nosso conhecimento da cultura portuguesa limita-se apenas no nível daquele de bacalhau. Em Macau, não existem muitos intelectuais sociais formados pelo governo colonial. Nem está em causa dizer que teríamos herdado algo da cultura e sistema portugueses que seria suficiente de converter-se no ‹Valor Nuclear de Macau› (se houvesse).» «Portanto, logo depois do regresso, pudemos limpar suavemente esta História de vários séculos, como nunca nada se acontecesse.»
Chegou a conclusão, Lei Chin Pang levantou mais uma questão - «Olhando dum ponto de vista positivo, hoje, nesta geração de pós-colonização em que se estimam a diversificação e o hibridismo, como é que valorizamos a cultura deixada pela História colonial?»
2009年11月23日 星期一
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