2009年3月24日 星期二

Recordações do Pátio do Mungo abrem secção dos "Filmes de Macau" - do Jornal Tribuna de Macau, 24/3/2009



FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA E VÍDEO Recordações do Pátio do Mungo abrem secção dos “Filmes de Macau”

O documentário “Pateo do Mungo” será o primeiro trabalho a apresentar ao público
na secção dos “Filmes de Macau I” do Festival Internacional de Cinema e Vídeo

Com estreia agendada para as 19 horas do dia 3 de Abril, no Pequeno Auditório do Centro Cultural de Macau (CCM), o documentário é um retrato totalmente dedicado a uma série de casas chinesas centenárias num Pátio do Mungo, cujo antigo proprietário, da família Lei e com a mesma terra de origem de Lou Kau, foi fugindo a Macau durante a invasão japonesa, explica uma nota do Studio Nilau, que produziu este trabalho.

Com a chancela da mesma equipa de produção de “As Fontes de Água de Macau”, este trabalho áudio-visual foi realizado por Lao Sin Hang, profissionalmente conhecido como Season Lao, que viveu durante a sua infância neste lugar da zona tradicional chinesa, chamada “Bazar” pelos portugueses.

Season reuniu todas as cenas de vida guardadas na sua memória para um documentário que conta com a assistência de realização de Chan Chi Hou, a produção e o texto de Cheong Kin Man, poema de Leong Sin Man e animação digital “3D” de Célia Carolina Fong. Na ficha técnica constam ainda a tradução de Fong Pui Wa, a música chinesa original de Ip Kim Kuok, informações musicais de Ho Io Pang e a apresentação de Fong Sou I.

“A vida no Pateo do Mungo ainda está fresca na minha memória. Enquanto o meu avô era vivo, ali habitei perto de 13 anos. Posso dizer que a minha infância foi passada no Pátio do Mungo. O meu avô sentava-se sempre à frente da sua casa para descansar ou jogar mah-jong com os vizinhos. Ele era uma pessoa de bom coração. Por vezes, fazia-se de desentendido para não receber a renda dos inquilinos que tinham problemas financeiros. Depois da escola, eu andava de bicicleta e jogava futebol com os miúdos da vizinhança. Aquela cena e aquele lugar nunca mais vão voltar”, relembra o realizador.

TALENTOS LOCAIS. A exemplo das edições anteriores, a 3 e 4 de Abril, o Festival Internacional de Cinema e Vídeo vai apresentar produções locais na sua secção “Filmes de Macau”. Desde Janeiro que o CCM recebeu curtas-metragens, filmes, vídeos, documentários, filmes de animação, videoclipes e trabalhos conceptuais ou experimentais e agora os 24 filmes independentes aceites serão apresentados perante o público e um painel de juízes. O CCM também vai dar a conhecer os resultados do “Local Docu Power 2008”, projecto comissariado pelo Centro Cultural que visa estimular as mentes criativas da cidade a produzirem documentários. Todos os documentaristas de Macau vão estar presentes no local, após cada projecção, para explicar e revelar um pouco mais as suas concepções. No fim da secção “Filmes de Macau”, o júri vai premiar as melhores produções da cidade.

Antes de dar início ao Festival, realiza-se já entre os próximos dias 27 e 29 a actividade: “48 Horas a Abrir — Desafio Vídeo”, em que os participantes terão de criar uma curta-metragem de cinco minutos, usando qualquer equipamento de filmar, incluindo a câmara do telemóvel.
PROGRAMA MAIS INTERNACIONAL. A terceira edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Macau, que decorrerá entre 3 e 12 de Abril, compreende diversas secções, dedicadas a curtas-metragens e documentários do território e filmes internacionais.

De acordo com o CCM, o programa deste ano incide sobre uma aliciante selecção de filmes internacionais de grande qualidade do 33º Festival Internacional de Cinema de Hong Kong, como “Fome”, uma galardoada película de 2008, com Michael Fassbender no papel principal, realizado por Steve McQueen e estreado no Festival de Cinema de Cannes em 2008; o quarto filme do realizador coreano Lee Yoon-ki, “Meu Querido Inimigo”; uma história peculiar dirigida pela francesa Sophie Laloy, “Tu Serás Minha”, ou o eloquente pedaço de cultura americana, “O Lenço Amarelo”, realizado pelo vencedor de um Oscar, William Hurt.

No âmbito do festival, o CCM convidou ainda vários realizadores para virem partilhar as suas experiências e opiniões na secção “conversas com o realizador”. O realizador finlandês, Dome Karukoski, irá dar a sua visão sobre o seu último filme “A Casa das Borboletas Negras”, enquanto um dos maiores cineastas polacos — e também guionista, dramaturgo e actor, Jerzy Skolimowski, estará presente para falar sobre “Quatro Noites com Anna”, o seu primeiro filme depois de 17 anos sem filmar.

Para além dos realizadores internacionais convidados, este ano a organização do festival lançou o desafio a cineastas veteranos da China, Hong Kong, Taiwan e Macau para participarem com as suas intervenções e pontos de vista no seminário subordinado ao tema “o desenvolvimento da cidade e o seu cinema”.

O Festival é apresentado pelo CCM em parceria com a Associação Audiovisual CUT e o Festival Internacional de Cinema de Hong Kong. Os bilhetes, que custam 40 patacas (com vários descontos), estão disponíveis na bilheteira do CCM e balcões da rede Kong Seng.

Studio Nilau planeia exposição em Portugal

Composto por um grupo de estudantes amadores da cultura e filmagens de Macau, o Studio Nilau incluiu entre os seus objectivos promover os aspectos culturais chineses junto de espectadores de língua portuguesa e, simultaneamente, divulgar facetas lusas entre a comunidade chinesa. Depois de ter organizado uma sessão de homenagem a Henrique de Senna Fernandes e a exposição de fotografias “Um Macaense em Portugal”, da autoria de Season Lao Sin Hang, o Studio Nilau pretende apresentar em Portugal uma exposição sobre as tradições chinesas, que terá como ponto de partida o Pátio do Mungo.

沒有留言:

張貼留言

追蹤者