Studio Nilau apela atenção às antigas casas dos Lei que serão demolidas
Académicos de Zhejiang e Macau consideram relevante o Pátio do Mungo
O grupo de estudos da paleta urbana de Macau, composto pelos membros da Academia Chinesa de Belas Artes e do Museu de Arte de Macau (MAM) publicou no sábado passado o seu resultado de investigação, no auditório do Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau. Este grupo investigou também uma série de casas chinesas da família Lei, situadas no Pátio do Mungo do bairro da Praia do Manduco. É pela primeira vez que há especialistas que consideram a relevância do Pátio do Mungo como um conjunto urbano histórico.
«O Pátio do Mungo é um dos conjuntos arquitectónicos de habilitação de Macau de características tradicionais chinesas, que ainda sobrevivem com uma existência que hoje já não é muita», indicou a investigação. Segundo um comunicado do Studio Nilau, o Pátio do Mungo, antigamente, também se designava Pateo do Mungo, onde as 13 casas chinesas foi a propriedade da família Lei da origem de Xinhui que foi fugindo a Macau durante a invasão japonesa. Essas casas foram vendidas no ano passado. Para as preservar na memória e atrair a atenção da sociedade, o Studio Nilau produziu durante mais de seis meses um documentário «Pateo do Mungo», com a realização de Season Lao Sin Hang, descendente da família Lei.
«As casas dos Lei serviram não só de habitação, algumas delas ainda eram fábricas de panchões». «O resultado da investigação do grupo de estudos da paleta urbana de Macau trouxe uma esperança de possibilidade de continuar a existência do Pateo do Mungo». Sublinhou a equipa ainda que, o valor dessas treze casas está na moda de vida da comunidade chinesa tradicional de Macau tão bem preservada e, no pátio, «parece que voltamos há 50 anos, quando Macau estava cheia do ian-cheng-mei (cheiro de sentimentos humanos)». Apesar de o Pátio do Mungo não estar na zona de protecção do Centro Histórico de Macau, localiza-se «mesmo perto da Casa do Mandarim e da Bica do Lilau de onde os antigos moradores do pátio também se abasteciam de água».
Em 1976, o bairro da Praia do Manduco foi classificado pelo governo como um dos «conjuntos urbanísticos que constituem documentos representativos de antigos povos ou épocas da História de Macau». O Studio Nilau considera que, embora o decreto-lei tenha sido revogado há mais de 20 anos, o Pátio do Mungo, até toda a Praia do Manduco também são «um componente importantíssimo para a História de Macau», sendo um testemunho histórico da comunidade chinesa local. Com a investigação da Academia Chinesa de Belas Artes e do MAM, o Studio Nilau deseja atrair mais atenção das pessoas em geral ao Pátio do Mungo em perigo, que, com o apoio do Instituto Português de Sinologia e da Sociedade de Português da Universidade de Macau, será apresentado numa exposição e palestra ao público português e às comunidades chinesa e macaense em Portugal no próximo mês de Junho.
2009年4月11日 星期六
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